Receita de pão-de-ló
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Ingredientes:
7 ovos + 7 gemas
250g farinha
400g açúcar
2 colheres sopa óleo
1 pitada de sal
1 colher chá fermento
3 folhas de papel almaço ou papel manteiga
Forma Pão-de-Ló em barro (1Kg)
Pão-de-ló
Como a maioria da doçaria portuguesa é possível que tenha origem nos conventos, ou, pelo menos, algumas das suas receitas mais elaboradas.Pensa-se que de início, o pão-de-ló era chamado de "bolo de castela" e só depois foi nomeado de "ló". Ló significa escumilha, um tecido fino e transparente ou uma espuma miúda. Também se fala de um confeiteiro alemão, Lot, que terá inventado um bolo feito de trigo fino, ovos e açúcar, muito bem batidos. Em Inglaterra e nos Estados Unidos o bolo semelhante é chamado de sponge cake e em Itália é o pão de ló genovês ou pan di Spagna.
O pão de ló foi introduzido no Japão, como "Pão de Castela" onde ficou conhecido como “castella” (pronuncia-se castera) por causa das claras batidas em castelo e, através do tempo, tornou-se um dos doces mais típicos do país, chamado Kasutera.
Antigamente, o pão-de-ló existia apenas à mesa dos abades mais abastados e era muito indicado em dietas de convalescença – funcionando quase como um miminho especial para adoçar a boca de quem mais precisava. Pela sua riqueza de sabor, ele era também oferecido a famílias de luto, como forma de consolo.
É um bolo até hoje partilhado em receitas de família pois, sempre que havia festa, a sua presença era obrigatória. O pão-de-ló costumava fazer-se em casa e bater-se à mão. Era um trabalho de mulheres determinadas, de braços fortes e enérgicos, que durante quase uma hora batiam os ovos e o açúcar até os transformarem numa espuma cremosa e delicada. A tarefa era árdua e justificava a entreajuda, a partilha do esforço, mas também do prazer de criar um alimento de festa, que vinha quebrar a monotonia e a pobreza das mesas da Quaresma.
Em Portugal existem muitas variedades deste bolo, dependendo da região, e alguns até se tornaram símbolos regionais, como o de Alfeizerão, o de Ovar, o de Margaride, o Minhoto, o de Mirandela e o de Arouca. A proporção entre os ingredientes básicos (ovos, açúcar e farinha), a forma de os misturar e, sobretudo, a forma e o tempo como são batidos, é que vem criar a diversidade de pão-de-ló que podemos encontrar.
Tipos de pão-de-ló
Pão-de-ló Minhoto - bolo fofo feito a partir de mais gemas do que claras, tudo bem batido com açúcar e a casca de um limão.Pão-de-ló de Margaride - possivelmente o de maior expansão comercial, cozido em alguidar duplo de barro revestido de papel. A mesma quantidade de gemas e claras, batidas em conjunto com o açúcar e depois adicionada a farinha em cerca de metade da quantidade do açúcar.
Pão-de-Ló de Margaride, no canal YouTube Vale do Sousa TV
Pão-de-ló de Vizela - também chamado de Bolinhol, cuja diferença mais evidente é a sua forma retangular e ter uma cobertura de calda de açúcar, que depois de arrefecer fica branca.
Bolinhol, no canal YouTube No Ponto
Pão-de-ló de Ovar - com referências na tradição popular desde o século XVIII, confeciona-se batendo os ovos, com maioria de gemas, e o açúcar até obter um creme leve e claro. Depois junta-se a farinha tendo o cuidado de a peneirar duas vezes. Vai a cozer em formas redondas e também barradas com papel, mas fica humedecido na zona central, como se fosse mal cozido.
Pão-de-Ló de Ovar, receita no Canal YouTube Faztáfood
Pão-de-ló de Alfeizerão - possivelmente uma receita acidental do século XIX. Consta que por erro no tempo de cozedura uma freira terá antecipado a saída do forno o que resultou num pão-de-ló cremoso que até hoje faz as delícias dos seus apreciadores.
Pão-de-Ló de Alfeizerão, reportagem GiroTV
Cavacas de Resende - no Douro confecionam-se estas, com grande quantidade de ovos que se batem, em maior quantidade de gemas do que claras, diretamente com o açúcar por cerca de uma hora. Junta-se depois a farinha peneirada que se mistura sem bater. Vai a cozer em tabuleiros retangulares polvilhados com farinha de milho. Depois de cozido corta-se em fatias a que se chamam cavacas. Faz-se uma calda de açúcar onde se “molham” as cavacas e na parte superior, com ajuda de farinha de trigo, fica uma camada que arrefecida, embranquece.
Seja qual for a forma e o feitio do pão-de-ló é um doce da preferência dos portugueses que tem lugar garantido, pelo menos, na mesa de Páscoa.
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