O prolongamento dos internamentos é um problema muito complexo. Ao longo do tempo, a incapacidade das famílias e falta de respostas na comunidade têm sido apontadas como as principais razões para a inadequação do período de internamento. Geralmente, estes internamentos são caraterizados coloquialmente como sociais.
O prolongamento dos episódios de internamento hospitalar para além do período clinicamente necessário conduz a complicações evitáveis para o doente, aumentado o risco de infeções, de malnutrição, de depressão, de quedas e de agravamento dos estados de dependência.
Mais, o seu impacto na ocupação de camas hospitalares passa a ter impacto nos tempos de espera para internamentos eletivos (incluindo cirurgias) e no congestionamento dos serviços de urgência, com degradação dos cuidados de saúde ao doente.
À data da recolha de dados do 2.º Barómetro de Internamentos Sociais (BIS), a 19 de fevereiro de 2018, 960 camas, o equivalente a 6% do total das camas disponíveis, em 74% dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), eram ocupadas com internamentos inapropriados, predominantemente justificados pela falta de resposta na rede de cuidados continuados.
Para a generalidade dos hospitais auscultados, a média de internamento inapropriado está nos 67 dias, o que corresponde a uma despesa estimada de 26,3 Milhões de euros. A extrapolação deste valor para um ano de internamentos inapropriados evidencia um impacto estimado superior a 99,7 milhões de euros para o Estado.
O BIS revela ainda que os episódios de internamentos sociais são, maioritariamente, de origem médica (72%).
O género feminino está em maioria, com uma percentagem de 56%.
Quanto às idades, 22% correspondem a pessoas entre os 18 e os 65 anos, 36% referem-se ao intervalo entre os 65 e os 80 anos e 41% dizem respeito a internamentos de utentes com mais de 80 anos, apenas 1% respeita a pessoas com idade inferior a 18 anos.
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